Bolsas individuais FCT 2013

 

 

Comunicado sobre o resultado da atribuição de bolsas individuais de doutoramento e pós-doutoramento da FCT na área de Astronomia

 

 

O resultado do processo de atribuição de bolsas individuais de doutoramento e pós-doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), concurso de 2013, garantiu bolsa de pós-doutoramento a 5 investigadores, e não atribuiu qualquer bolsa de doutoramento na área da Astronomia. O número de candidaturas apresentadas foi superior a 40, o que representa uma taxa de sucesso de cerca de 12% para as bolsas de pós-doutoramento, em linha com os resultados gerais para todas as áreas, e de 0 para as bolsas de doutoramento.

 

Estes números representam um claro revés para a investigação afecta às Ciências do Espaço, área da ciência que tem vindo a crescer em Portugal nas últimas duas décadas a ponto de ser hoje a área com melhores índices de produtividade a nível nacional (ver gráficos abaixo). Os níveis de excelência auferidos pelas instituições nacionais nesta área encontram-se significativamente acima das médias europeia e mundial, consequência do investimento na ciência que se verificou no passado que, ainda assim, foi consistentemente inferior ao recomendado pela União Europeia.

 

Esta posição de prestígio reflecte ainda a elevada qualidade dos nossos investigadores, mais de metade dos quais vêem a sua actividade financiada por bolsas de doutoramento e de pós-doutoramento, a grande maioria provenientes da FCT. Em alguns centros de investigação, o número de investigadores bolseiros supera mesmo o de investigadores com posições fixas.

 

O corte significativo e generalizado que se fez sentir no número de bolsas da FCT atribuídas no concurso de 2013 relativamente aos anos anteriores vem assim pôr claramente em causa a massa crítica necessária para a produção de ciência ao nível europeu e mundial, e consigo os padrões de excelência que têm pautado a investigação em Portugal e valorizado o país, em particular na área das Ciências Espaciais. Portugal perde ainda atractividade aos olhos dos investigadores portugueses e estrangeiros, que se começavam a habituar a ver no nosso país uma oportunidade de desenvolvimento da sua carreira.

 

A Sociedade Portuguesa de Astronomia vê com muita preocupação esta diminuição do número de bolsas. Temos conhecimento das propostas alternativas da FCT para bolsas de doutoramento e de pós-doutoramento inseridas em projectos de investigação, algumas já em curso, mas não é claro que estas medidas mantenham o número de investigadores em actividade a um nível capaz de sustentar a produção e a competitividade científica que temos vindo a conquistar.